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Novo espaço para discutir o livro 2012

A Anadarco editora & comunicação, responsável pela publicação do livro 2012, o ano da profecia maia, de Daniel Pinchbeck está centralizando suas ações de divulgação de trabalhos e informações, inclusive do livro. A partir de agora, fique por dentro das novidadescno no novo blog: www.anadarco.wordpress.com.



Worshop de Astrologia Védica

dias 19 e 20/2 (sáb e dom) | 14 às 18h00

*Nakshatras e Panchanga – A maneira como nossas almas assumem seus lugares
no mundo* (com Walter De Feo)

(*) Não é preciso ter conhecimentos prévios de astrologia védica.

A astrologia ocidental e a astrologia védica não são substituíveis – cada uma tem seu recado particular, aborda uma faceta específica do humano.
Estudando as duas, podemos ter uma visão mais completa e consistente de nós mesmos. Se a *astrologia ocidental* (de fundamento grego) nos leva a conhecer nosso perfil individual enquanto personalidades psíquicas e físicas, a *astrologia védica* (hindu) se ocupa de algo anterior a esse perfil – fala de nosso ‘sopro vital’, de *nossa alma*, de um destino que é anterior à personalidade que assumiremos no mundo concreto. Nesse sentido, a astrologia  védica aponta para tarefas mais espirituais, empreendidas em nossas vidas – praticarmos nosso * Dharma* (nossa verdade essencial, nossas melhores habilidades existenciais) e trabalharmos nosso *Karma* (=assumirmos a responsabilidade por escolhas e decisões tomadas ao longo do tempo de nossa existência). O *Panchanga* (5 componentes principais do dia, incluindo o dia de nascimento) e os *Nakshatras* (signos ou ‘mansões’ lunares) constituem, segundo a tradição védica, uma espécie de ‘ponte’, o caminhopelo qual determinada alma irá enraizar-se no mundo concreto. Isso quer dizer que seu estudo nos mostra por que caminhos nossa alma abordará e viverá mais concretamente no mundo físico e material, e o quanto, nessa abordagem, conseguirá desenvolver-se e fazer seu ser essencial evoluir.

Saiba mais…

<http://www.arionbr.com/Agenda.htm>
>>INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES
Arion – Expansão Cultural
(11)5572-3657 | (11)9929-7035 | arion@arionbr.com | www.arionbr.com


Observadores Celestiais

Zecharia Sitchin dedicou boa parte de sua vida aos estudos sobre a origem humana.

Sempre procurou entender os sincretismos entre as culturas, sobretudo entre as culturas arcaicas. Para ele, os primórdios das civilizações está nos Sumérios que viveram na Mesopotâmia (atual Iraque), cujas tradições, formas de pensamento e sistemas de leis influenciaram toda a história da humanidade. Dessa forma, para Sitchin, há paralelos entre as histórias bíblicas e as tradições “pagãs”, entre o Oriente e o Ocidente.

Uma de suas teorias mais ousadas é a de que os seres humanos descendem de extra-terrestres, o que, segundo Sitchin, pode ser comprovado não só por meio dos registros escritos sumérios, bíblicos, egípcios  e das sociedades antigas da América Central (maias, incas e astecas), como também pelas marcas deixadas na paisagem. Para Sitchin, obras grandiosas como as pirâmides maias e egípcias, as colunas de Stonehenge e as esculturas da Ilha de Páscoa foram obras de nossos ancestrais, os moradores de outros planetas.

O arquivo linkado é a primeira parte do capítulo “Observadores Celestiais na Selva”, do livro “Os reinos perdidos”  (The lost realms), publicado em 1990.  Nele, Sitchin descreve como os maias eram um povo “obcecado” pela contagem do tempo e pela observação celestial. Também associa as divindades maias a eventos bíblicos, sugerindo que essas semelhanças não são mera coincidências.

Com imagens e rico em informações, o capítulo da obra de Sitchin permite que conheçamos mais a fundo uma abordagem sobre a civilização maia e seu impacto na cultura ao longo dos séculos.


Uma obra para a vida toda

Karin Thrall – doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), editora na Anadarco Editora &Comunicação

O livro 2012:o ano da profecia maia (título original, 2012: the return of Quetzalcoatl) surgiu a partir de uma inquietação do autor quando beirava seus trinta anos e era jornalista de grandes revistas de moda e design em Nova York. Naquela época, Daniel Pinchbeck passou a não mais engolir o que a mídia e a cultura ao seu redor lhe ofereciam como explicação para o funcionamento do mundo. Como muitos de nós, achou que deveria haver alguma outra forma de se lidar com a vida, algo que pudesse ir além de escrever matérias fúteis sobre sapatos, de aceitar passivamente que a natureza ao nosso redor seja destruída e que os sistemas econômicos gerem cada vez mais um número maior de excluídos. 2012: o ano da profecia maia é o resultado dessa inquietação.

Para ler o artigo na íntegra, clique no link.


Comece a ler antes do 21/12/2012

Hoje é 21 de dezembro e estamos a exatos 2 anos  da data que a profecia maia anuncia como o retorno de Quetzalcoátl, a serpente plumada, o deus meio Zaratustra, meio Dionísio que representa o final de  um ciclo da humanidade e o início de outro.

Às vezes fica difícil imaginar se a humanidade realmente atingirá um outro patamar de consciência, um modo de estar no mundo que favoreça menos a materialidade, o prazer e o lucro instantâneos e valorize mais as experiências, os projetos de longo prazo, a sensação de que se está fazendo algo por um ideal maior do que a vida de uma geração.

Digo isso por um efeito em cascata que é fácil de notar: cada vez mais, as pessoas leem menos. Isso é notório no Brasil. Se por um lado a internet proporciona um arcabouço gigantesco de informações, a grande maioria das pessoas não tem paciência de ler algo que vá além de algumas poucas linhas, que aprofunde e explique uma ideia ou um  tipo de pensamento.

Enganam-se aqueles que acham que a leitura é algo puramente racional. Pelo contrário: embrenhar-se na leitura é deixar-se levar pelos sentidos, é entrar em um universo paralelo por alguns instantes. É, efetivamente, sentir o que o autor e sua história propõem.

Mas isso requer treino. Requer repetição. E quanto mais nova a geração, menos esse hábito é valorizado. E um povo que lê menos, que consequentemente tem menor repertório, é mais facilmente conduzido, manipulado.

Certamente, as bandeiras levantadas hoje estão muito mais pulverizadas do que há 50 ou 60 anos atrás. Mas elas não deixaram de existir. Apenas mudaram de figurino. As lutas atualmente são muito mais individuais do que no passado. Os grandes movimentosestão dando lugar a movimentos mais sutis, porém igualmente importantes. A reflexão não é da massa. Ela é interna. E é isso que o mito de Quetzalcoátl vem anunciar.

Em 21 de dezembro de 2010, dia de um eclipse lunar, nosso blog faz uma pausa de duas semanas para um merecido descanso. Mas nossa loja virtual continua em funcionamento. Abra sua cabeça! Leia!


Adquira o livro ‘2012: o ano da profecia maia’

Preço diferenciado para quem comprar o livro ‘2012: o ano da profecia maia’, de Daniel Pinchbeck pelo site da Anadarco Editora. Aproveite esta facilidade.  Clique na imagem do livro  para acessar a loja virtual.

Faça o download gratuito da introdução de ‘2012: o ano da profecia maia’, aqui.


Lançamento do livro ‘2012: o ano da profecia maia’; veja fotos


Introdução de ‘2012: o ano da profecia maia’ com licença no Creative Commons

A Anadarco Editora está disponibilizando na internet, em formato PDF, a introdução de ‘2012: o ano da profecia maia’, do autor Daniel Pinchbeck, traduzido em português.

A introdução foi licenciada na Creative Commons para o uso gratuito e compartilhado.

O lançamento do livro acontece nos dias 11 e 12 de dezembro, das 13h às 19h, na própria sede da Anadarco (Rua Oscar Freire, 329 – cj. 71 – São Paulo, SP).

Todos estão convidados!

Para baixar a introdução de ‘2012: o ano da profecia maia’, clique aqui.

Licença Creative Commons
A obra 2012: o ano da professia maia de Daniel Pinchbeck foi licenciada com uma Licença Creative Commons – Atribuição – Proibição de Obras Derivadas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em www.2012oano.wordpress.com


Lançamento de ‘2012: o ano da profecia maia’

Com muito orgulho e suor, a Anadarco Editora irá lançar com exclusividade a obra ‘2012: o ano da profecia maia’, do autor norte-americano Daniel Pinchbeck. Para marcar oficialmente o evento, dias 11 e 12 de dezembro, vamos promover o Open House, Open Books, Open Minds Anadarco, um evento aberto para que as pessoas possam não somente comprar livros, mas também conhecer nossa agência que fica na Rua Oscar Freire, em São Paulo.

Não é fácil lançar um livro. Quem trabalha no meio editorial sabe muito bem disso. No nosso caso, como o autor  é gringo, o trabalho exigiu tradução do texto e acompanhamento permanente das provas antes da impressão final.

Desde o início das negociações para a compra dos direitos autorais até hoje (faltando pouco menos de uma semana para o lançamento) foram dias de euforia, cansaço, discussões e muita certeza que estávamos preparando um projeto diferenciado para quem deseja agir diferente do atual estilo de vida.

Mas o que é agir diferente? É sair do estado de conforto, repensar a lógica do consumismo, atuar na preservação do meio ambiente e dar margens a outras interpretações além da racional. Enfim, um convite para enxergar o mundo com outros olhos.

‘2012: o ano da profecia maia’ é boa opção de presente de Natal porque traz conhecimento e uma oportunidade a mais de ir além daquilo que nos é dado pelos governantes, pela imprensa, pelo cotidiano. Vale a pena ler!

Serviço:

Open House | Open Books | Open Mind ANADARCO
11 de dezembro – das 13h às 21h
12 de dezembro – das 13h às 19h
Rua Oscar Freire, 329 – cj. 71
Drinks e petiscos naturais | lounge music | celebração e networking


Uma boa dica de presente neste Natal…

Razões pra lá de convincentes para escolher o velho e bom livro para se dar de presente.


A sustentabilidade como ponte entre o espírito e a natureza

Por que será que quando nos aprofundamos em questões sobre sustentabilidade, inevitavelmente chegamos ao tema da espiritualidade? Talvez porque o horizonte almejado seja a construção de uma relação mais harmônica com a natureza, algo quase paradisíaco, um pote de ouro ao final do arco-íris. Idílico? Nem tanto. Uma proposta como essa deixa de ser utópica se prestarmos atenção no que a própria natureza tem a dizer; se buscarmos trilhar um caminho que amplie nosso espectro de observação – de nós mesmos e do mundo ao nosso redor.

Dois exemplos podem ser facilmente citados. O jornalista André Trigueiro publicou no ano passado o livro Espiritismo e Ecologia, identificando os muitos pontos em comum que existem entre essas duas formas de conhecimento. O príncipe Charles, da Inglaterra, publicou um livro com o título Harmony: a new way of looking at our world, sugerindo que nossos problemas modernos mais urgentes têm suas raízes em uma profunda desconexão com a natureza.

Mas onde exatamente entra a questão do espírito humano e dessa busca interior, sem necessariamente cairmos na armadilha da ênfase exagerada de muitas abordagens religiosas?

Uma bela forma de se pensar na questão é lembrar da origem da palavra “espírito”. No latim, spiritus significa “sopro” ou “respiração”. O significado também está relacionado à palavra anima (também do latim), psyche (grego) e atman (sânscrito). Esses termos indicam que o significado original de espírito, em muitas tradições filosóficas e religiosas antigas tanto no Oriente, quanto no Ocidente, está relacionado ao sopro ou à respiração da vida.

Como a respiração certamente é o ponto central do metabolismo de qualquer ser vivo, a noção de “sopro da vida” pode ser uma interessante metáfora para representar os processos metabólicos de um ser. Espírito, dessa forma, é o que temos em comum com outros seres vivos. É o que nos mantém vivos, como sugere o físico Fritjof Capra.

A espiritualidade ou a vida espiritual pode ser então entendida como uma profunda experiência com a realidade.  Uma experiência espiritual pode ser considerada um momento de elevada sensação de se estar vivo, aqueles momentos em que sentimos que estamos vivendo mais intensamente, algo que envolve mente e corpo, totalidade e comunhão.

A meditação, a concentração, ou até mesmo ouvir uma música agradável, dançar ou um contato direto e contemplativo com a natureza podem nos proporcionar momentos de profunda sensação de unidade, de pertencimento ao universo. E essa sensação de totalidade e integração não pode ser descartada quando sem fala em sustentabilidade.  Será impossível chegarmos a uma forma de relação mais harmônica com a natureza em nossas cidades, em nossas instituições e nossas economias se não tivermos uma sensação de pertencimento ao mundo, expandindo nossas fronteiras do “aqui e agora” rumo a uma simultaneidade com outros tempos e outras dimensões.

Essa sensação de pertencimento só pode intensificar nossa relação com nós mesmos e com o próximo, nossa responsabilidade com o entorno em que vivemos e com as futuras gerações. Talvez possamos dizer que a sustentabilidade passa, necessariamente, pelas vias da percepção, pelos canais mais atentos a nossas conexões entre “o dentro e o fora” de nosso corpo. Precisamos, necessariamente, desdobrar nosso olhar na direção do invisível.

Quem ler o livro 2012: o ano da profecia maia vai perceber que Daniel Pinchbeck, para chegar a esse tipo de conexão, vivenciou ritos de culturas primitivas, viajou pelo mundo e procurou entender o efeito de psicodélicos na mente humana. Mergulhou naquilo que nossa cultura tradicional considera obscuro e esotérico. Mas os resultados de sua jornada espiritual estão longe de serem “viagens na maionese”: Pinchbeck publicou dois livros, é produtor executivo em um documentário sobre sustentabilidade e editor chefe da revista digital Reality Sandwich e do movimento Evolver, promovendo ações com foco no desenvolvimento de um sistema de valores baseados na transformação da cultura e na conexão humana.

O caminho espiritual de Pinchbeck foi trilhado prestando atenção no que os ciclos da natureza e do universo têm a dizer. Quebrou barreiras entre a rígida divisão entre natureza e cultura e começou a trabalhar a favor de um mundo mais solidário e melhor.  Certamente, esse não é a única estrada a ser percorrida em direção a uma relação mais harmônica com a natureza. Qual será a sua?


Pré-venda do lançamento 2012: o ano da profecia maia. Garanta o seu livro com desconto

A Anadarco Editora promove em dezembro o lançamento da obra 2012: o ano da profecia maia, de Daniel Pinchbeck. O livro, best seller nos Estados Unidos, trata assuntos polêmicos com seriedade e aborda temas com profundidade, tais como, sustentabilidade, o ano 2012, fim do mundo e psicodélicos.

Você que está interessado na compra de 2012: o ano da profecia maia, comente este post, informando seu nome e e-mail (essas informações não ficarão publicadas no blog) e você terá direito a descontos exclusivos. Esses descontos serão especificados num e-mail que será enviado para você.

Avise seus amigos e conhecidos sobre esta promoção. Aproveite o final de ano para presentear com qualidade. O livro 2012: o ano da profecia maia traz uma mensagem inquietante sobre nosso futuro próximo e o que podemos fazer se quisermos uma mudança de consciência e comportamento sobre a preservação do meio ambiente.


Ayahuasca

O físico Patrick Druot, que já vendeu um milhão de livros, diz que vêm aí boas mudanças. Patrick Druot, 53 anos, pós-graduado na Universidade de Columbia, consegue enxergar a virada do milênio com um otimismo contagiante, apesar do quadro de guerras, desemprego e desigualdade social. Ele arrisca dizer que nos espera um tempo de mais tolerância, compreensão e amor.

Segundo Druot, em breve ocorrerá uma mudança porque as pessoas buscam cada vez mais respostas espirituais para dar sentido à existência. “Acho que o Brasil terá um papel importante neste despertar”, ele anuncia. “Essas experiências me reconectaram a Deus.” Quanto a frequentar uma igreja, ele diz: “Sim. Uma floresta, uma praia, o mundo todo é uma catedral.”

Em sua sétima visita ao Brasil, para dar workshops e lançar seu quinto livro, ele deu esta entrevista.

ISTOÉ – Como foi a sua experiência com o Santo Daime?

Druot – Não era o Santo Daime que me interessava, mas a ayahuasca. Mas eu não tinha contatos diretos. Não se pode ir à floresta buscar a planta sozinho. Em 1994, meu antigo editor brasileiro fez um contato com Alex Polari, um dos líderes da seita em Céu do Mapiá. Tenho respeito pelos rituais, pela igreja, mas não participei. Disse desde o início que me interessava pela planta que, no princípio, era uma planta xamânica. Em abril de 1995, eu e minha mulher, Liliane, passamos duas semanas na floresta e fizemos muitas experiências sob o efeito da ayahuasca. O cérebro funciona de forma totalmente diferente. Tudo se abre. Você pode ver espíritos, as auras. Fizemos até contato telepático. Por três ou quatro minutos, soubemos exatamente o que o outro pensava. Sentia e via a Terra respirar, num movimento claro. Tudo se organizava em fractais.

ISTOÉ – De que serviu a experiência?

Druot – A ayahuasca é usada para propósitos religiosos, alguns usam para curar, tirar pessoas da dependência de drogas, álcool. Mas em minha opinião, é muito mais do que isso. Acho que ainda não se sabe usá-la para conhecer o outro e a si. Com ela, se poderia descobrir muito sobre as causas de doenças físicas e emocionais. Essa experiência provou o que estudei por 15 anos: só utilizamos uma parte mínima do cérebro. Ainda temos algumas vibrações e percepções que vêm dela. Não vemos mais uma floresta como antes. Nosso contato com a terra foi modificado. Há uma percepção mais aguçada. Traz sentimentos de tolerância, de respeito e de amor.

ISTOÉ – É possível passar por este tipo de experiência sem a ayahuasca?

Druot – Talvez. Eu já tinha percepções desde 1985, estimulando uma visão vibracional. Há um campo magnético ou vibracional que circunda todas as coisas vivas, até nós mesmos. E tudo o que acontece com você está escrito neste campo. É uma técnica. Tem de ser feito com sons, sobretudo com tambores, que são os batimentos cardíacos do criador. Quando se está em sincronia com uma batida de tambores, é possível fazer a viagem. Passei por essas experiências com os índios do Canadá, nas ilhas do Pacífico, nos EUA. O uso de plantas é específico da América do Sul e Central, onde se usa o peiote.

ISTOÉ – A experiência é similar?

Druot – A ayahuasca é mais imediata ao abrir as portas psíquicas, as portas da percepção. É como se o cérebro se abrisse. Tecnicamente falando: normalmente, vemos o mundo através de nossos olhos. Mas não vemos como o cérebro vê. O olho é um instrumento de análise de frequência, como o ouvido. Isso só foi descoberto nos anos 60. Isso significa que vemos e escutamos através dos olhos, mas não é como o cérebro vê e escuta. Com a ayahuasca, você vê e escuta como o cérebro. É uma percepção holográfica do mundo. Porque o cérebro é um holograma. Ele se abre para você. Mas acho que não se pode tomá-la de qualquer jeito, é preciso uma boa orientação, alguém que te ajude a passar pelos vários estágios da ayahuasca. E também é preciso estar junto à natureza. Não acho cabível tomá-la num lugar fechado, por exemplo. O que acontece é que a planta abre todos os canais, as pessoas vêem cores, caleidoscópios e ficam felizes. Mas é muito mais do que isso.

ISTOÉ – Como o sr. se preparou para a experiência?

Druot – Antes de tomar a ayahuasca, estudei o trabalho de um etnofarmacobiologista da Finlândia, desenvolvido durante seis anos. Eu sabia que não havia efeitos colaterais nem risco de dependência.

ISTOÉ – O sr. sentiu medo?

Druot – Sim, porque nunca tinha tomado nada parecido na vida. Não sabia exatamente o que esperar. Quando comecei a sentir os efeitos, me senti mais confortável, entendi o que a planta me ensinava.

ISTOÉ – O sr. acha que há hoje uma maior abertura do mundo ocidental para estes ensinamentos?

Druot – Sim. Em 15 anos, vendi um milhão dos meus cinco livros, e recebi cerca de 60 mil cartas. Acho que estes números podem ser tomados como uma prova de um interesse crescente. As pessoas querem saber quem são, qual o seu lugar no mundo. Não somos robôs, somos seres humanos. Entre muitos povos índios, o próprio nome do povo significa seres humanos, como os cheyenes americanos. No Havaí, os locais chamam os brancos de haoles, que significa os que são mortos por dentro. Eles dizem que não estamos vivos, porque não estamos conectados com os espíritos e a natureza.

ISTOÉ – A que o sr. atribui esse interesse?

Druot – No século XVII, houve dois gênios que criaram os fundamentos da ciência moderna: René Descartes e Isaac Newton. Eles começaram a explicar muitos fenômenos que não se explicavam antes, mas o problema de suas visões foi ver o ser humano como uma máquina, um relógio. Desprezaram a consciência e o espírito. A ciência se pulverizou. Olha-se apenas o corpo, não o espírito. Acho que o terceiro milênio trará a reunião de tudo. Os xamãs dizem que as doenças entram quando a pessoa está separada dela mesma e do mundo. Os índios navajos americanos têm um sistema médico que reconecta a pessoa a ela mesma e ao universo. Agora, há na Universidade de Medicina de Phoenix, no Arizona, um departamento intercultural com xamãs navajos e médicos americanos, que tentam entender como eles curam pessoas desenganadas de câncer, por exemplo.


Física Quântica – 2012 e o Fim do Mundo

Muitas são as profecias que anunciam o final dos tempos. Os Maias, por exemplo, esse povo misterioso que viveu na península de Yucatan há 1.500 anos e desapareceu por volta de 830 d.C., deixou em seu calendário profecias aterrorizantes sobre o fim de um ciclo cósmico que se daria no ano 2012. As profecias bíblicas de Enock, Isaías e João, os manuscritos dos Essênios, as visões de Edgar Cayce no século XX, e até os nativos americanos previram cataclismas, guerras, fome, morte, terror, pestes e inundações para o início de nossa era.

Tudo isso parece que está realmente se concretizando em nossos tempos. Ainda assim, e contra todas as evidências, é preciso perguntar: será que devemos tomar ao pé da letra o que dizem as profecias? Há algo estranho e incompreensível na maioria delas. Paralelamente ao apocalipse, todas essas profecias fazem referência a um tempo de paz, harmonia e prosperidade logo em seguida às terríveis previsões apocalípticas.

Sempre ouvimos que depois da tempestade vem a bonança. Ou seja, primeiro o inferno da destruição, depois o paraíso. Mas, será mesmo esta, a ordem das coisas nas profecias? Apocalipse é uma palavra de origem grega que significa ‘revelar’ ou ‘manifestar’. Estariam os profetas se referindo a uma “manifestação” provável caso aquelas condições iniciais não fossem mudadas? Não estariam eles nos advertindo da necessidade de uma mudança de atitude e valores? Nesse caso, não podemos falar de um determinismo das profecias, e sim de uma advertência. Se tomarmos o significado da palavra, o apocalipse seria a “manifestação” de uma possível situação de calamidade baseada em determinadas condições. Se essas condições mudarem, o resultado também mudaria.

Por exemplo: vivemos atualmente o pesadelo do aquecimento global, causado por condições bastante conhecidas de uma economia que não respeita as leis da natureza. Se essas condições mudarem, o aquecimento também poderia ser controlado. No entanto, para essas condições mudarem é preciso primeiro mudar as consciências.

A ciência moderna afirma que é impossível determinar o futuro. Não existe determinismo. Existem sim, tendências. A física quântica explica que quando estabelecemos o movimento de algo, perdemos sua localização; se o localizamos, perdemos seu movimento. Ou seja, não podemos prever absolutamente nada. Esse princípio foi desenvolvido pelo físico Werner Heisenberg, e é conhecido como ‘princípio da Incerteza’. Deu origem à teoria segundo a qual tudo que temos são ‘possibilidades’.

O que estou tentando dizer é que talvez devêssemos fazer uma outra leitura dessas profecias com a chave da física quântica. Na antiguidade, os profetas não possuíam outra linguagem para expressar o ‘fator’ possibilidade senão falando em apocalipse, cataclismos, destruição. Foi preciso que chegássemos ao 3º milênio para que, com a ajuda da física quântica, pudéssemos compreender que o futuro é um produto da consciência focada no agora.

Quando os manuscritos do Mar Morto foram encontrados, em 1946, dentro das cavernas de Qumran, tivemos acesso a um conhecimento muito antigo de um povo chamado “essênio”, que vivia em paz pastoreando seus rebanhos pelas montanhas. Nesses manuscritos havia uma referência aos Anjos, que significavam as forças e as leis naturais que hoje conhecemos como eletricidade, magnetismo, elementos. Para os essênios, orar era conversar com os Anjos. Eles expressavam uma visão holística e unificada entre a Terra e o corpo humano. E afirmavam uma identidade entre todas as coisas existentes.

Em sua visão unificada, havia a compreensão de que, se o fio comum que liga nosso corpo à mãe Terra se romper, haverá morte, destruição e desconexão com as forças da natureza. Através de uma espécie de tecnologia espiritual, esse povo de grande sabedoria tinha consciência de que somos nós que criamos as condições que atraem as consequências futuras. E para manter essa conexão cósmica, praticavam uma tecnologia quase esquecida, que se chama ‘oração ativa’ – a união do pensamento, da emoção e do sentimento. Sua oração era uma certa conexão com as forças elementais e eletromagnéticas (os Anjos), espécie de visualização intensamente dramática daquilo que desejavam ver realizado.

Bem diferente de nossas preces petitórias de hoje, em que conclamamos que um poder superior e externo a nós venha em nosso auxílio, a oração dos essênios se baseava numa outra perspectiva. Primeiramente, era preciso criar a conexão com o Todo e a paz de espírito. Para fazer isto é necessário se envolver ativamente na oração. Transformar-se nela.

O efeito da oração ativa não deriva das palavras que são ditas; sua força são os sentimentos que elas evocam. O segredo da oração ativa está na união do pensamento com a emoção, a verdadeira energia que dá vida às palavras, para que desta união surja o sentimento de paz. Isto só acontece quando a prece se torna um agradecimento. A gratidão é o agradecimento por um desejo já realizado. Aqui está o grande mistério da oração: ela provoca uma mudança quântica. O futuro se faz presente. O desejo se vê realizado. A alma se pacifica porque ela está no agora, no âmago das forças angelicais da criação.

A versão aramaica original da conhecida frase “Pedi e recebereis”, é: “Tudo que pedirdes reta e diretamente (…) de dentro do meu Nome, vós o tereis. Até agora não o fizeste. Pedi sem motivo oculto e sereis rodeados pela resposta. Sede envolvidos pelo que desejais, para que vossa alegria seja completa (…)” (Neil Douglas-Klotz, Meditations on the Aramaic Words of Jesus). Aqui está claramente uma exortação ao envolvimento, à emoção, à união com o Todo no presente.

Portanto, a chave para uma outra leitura das profecias está no resgate de nosso poder de criar a realidade que desejamos. Se a oração individual é tão poderosa, capaz de ‘mover montanhas’, do que seria capaz a oração coletiva? Que forças poderiam ser mobilizadas se um grande número de pessoas descobrisse o poder da oração ativa? Pensamentos, emoções e sentimentos são vibrações. Por isso atuam na matéria. Esta é a verdadeira tecnologia espiritual. Esse é o poder da consciência que pode mudar as profecias.

Texto: colaboração de Mani Alvarez

POST ORIGINALMENTE PUBLICADO EM “O TERAPEUTA QUÂNTICO


Design sustentável


Para quem é interessado no papel que  o design pode desempenhar a favor da sustentabilidade e  puder ir assistir ao documentário 2012: tempos de mudança que estará em cartaz dias 29 e 30 no Unibanco Arteplex e dia 31 no Cinema Sabesp, aqui vai uma dica: notem como o filme apresenta diversos exemplos que geram novos significados na relação homem – ambiente a partir de  estratégias de design ecoeficientes.

Especial atenção pode ser dada às criações de Buckminster Fuller, um visionário norte-americano que projetou e construiu inúmeros projetos  que visavam principalmente  a eficiência e o baixo custo de habitações e transporte. Detalhe: seus projetos surgiram  em meados do século XX, quando pouco se falava em “crise ambiental”.   Fuller  é mais conhecido pelas cúpulas geodésicas  e suas criações têm na natureza a grande inspiração, principalmente no que se refere a fontes renováveis de energia .

Mesmo após a morte de Fuller nos anos 1980, seu trabalho continua ativo por meio do Instituto Buckminster Fuller (www.bfi.org ). Os programas do Instituto incentivam a convergência entre tendências globais e necessidades locais, criando uma abordagem compreensiva do design, algo que tem influenciado diversas gerações de profissionais. Todas as organizações humanas “precisam” de uma tensão “natural” que se forma entre aquilo que é desenhado, projetado, programado e aquilo que emerge enquanto flexibilidade e adaptação às mudanças.  O grande desafio está em encontrar o equilíbrio adequado  entre o florescimento da criatividade e a estabilidade do design.

Podendo captar a atenção de designers, arquitetos, cientistas e artistas que buscam criar um planeta mais sustentável,  2012: tempos de mudança está repleto de exemplos  que repensam as estratégias do design: de habitações a motocicletas, de formas de agricultura urbana a espaços de convivência nas cidades.  O ponto em comum entre esses exemplos  é que eles não  se configuram como estruturas rígidas e acabadas, mas podem dar vazão a estruturas emergentes (esse é mais um termo da ciência da complexidade).  Em outras palavras, deixam a vida se manifestar.

Como o design é criado para atender a determinada função e é assim carregado de  significado, sua faceta sustentável surge quando forma e função permitem também a inovação, a criatividade e a flexibilidade. Quando possibilitam a mudança e a evolução.

No próximo final de semana da Mostra Internacional de Cinema há em 2012: Tempos de Mudança, um convite para se observar a convergência entre arte, ciência, design e tecnologia numa concepção transformadora baseada no pensamento sistêmico, nos princípios fundamentais da natureza e numa visão de mundo impulsionada pela ética.

Anote os dias de exibição do filme 2012: Tempos de Mudança na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

2012 Tempo de Mudança (2012: Time to Change)
de João Amorim (85′). EUA, BRasil, México, Suiça, França. Falado em inglês, espanhol, maya, q ‘anjob’ al. Legenda em português. Indicado para: 16 anos
Unibanco Arteplex 1 – 29/10/2010 – 21:40 Sessão 706 (sexta)
Unibanco Arteplex 5 – 30/10/2010 – 22:10 Sessão 842 (sábado)
Cinema Sabesp – 31/10/2010 – 14:00 Sessãon 956 (domingo)


México Sagrado


Todos os anos, a psicoterapeuta Sandra Sofiati organiza uma viagem  especial com pessoas interessadas em conhecer com maior imersão a cultura e a tradição dos povos mexicanos. O blog 2012 – o ano que está promovendo o lançamento do livro 2012: O Ano da Profecia Maia, do autor norte-americano Daniel Pinchbeck, entrevistou Sandra para conhecer um pouco mais sobre seu trabalho. Acompanhe:

Anadarco Poderia contar como se deu a aproximação com a cultura mexicana e os povos indígenas da América Central?
Sandra Sofiati – Na verdade minha conexão com o mundo indígena só aconteceu no México. Em 1983, conheci uma terapeuta mexicana aqui em SP, Blanca Rosa Anorve, psicoterapeuta reichiana/corporal, e muito me impactou sua pessoa e seu trabalho. Deu vontade de morar no México para ser sua discípula e paciente. A isso juntou-se a leitura de Carlos Castaneda e a curiosidade de saber como era esse mundo da “realidade a parte” que Don Juan, um velho sábio índio mexicano, descrevia em seus livros.

Anadarco O que o povo e a cultura do México possuem de especial?
Sandra Sofiati – México é um lugar mágico, se você tiver abertura para perceber o mundo dentro de um referencial que não passa pela mente racional, possivelmente pelas 53 pirâmides espalhadas por todo seu território (grandes antenas cósmicas), ou por seu passado majestoso e ao mesmo tempo misterioso. Além disso, a cultura do México Antigo encontra-se preservada em muitos “pueblos” ainda. Culinária, medicina, agronomia, astronomia e um incomensurável corpo de conhecimento sobre as leis da natureza, tanto terrestre quanto cósmica, encontra-se intacto. Além disso é um lugar cheio de cores, sabores, música, bom humor e muito mistério. O povo é amistoso e amoroso na maioria das vezes, principalmente se você conquista sua confiança. Além disso, são muito lindos!

AnadarcoQual é a proposta da viagem que você promove todos os anos para o México?
Sandra Sofiati – A proposta é cultural e terapêutica ao mesmo tempo. Tenho interesse em difundir a cultura do México Antigo, suas bases filosóficas e espirituais. Dentro da nossa sociedade materialista pouco lembramos que o Espírito existe. No México, quando você entra em contato com o mundo indígena, percebe que o espírito humano não morreu e sua sabedoria ali esta resguardada; os valores espirituais estão vivos. O propósito desta viagem é mostrar isso às pessoas e proporcionar a elas a oportunidade de vivenciar os trabalhos de cura que são próprios desta tradição. É uma experiência de vida que tem de fato o poder da autotransformação.

Em Tepoztlan, “pueblo”  onde a cultura indígena se mantém viva e onde a religação cósmica se dá de forma imediata, seja por sua magia natural ou porque se preserva até hoje como centro cerimonial, ficamos hospedados.

AnadarcoQuem são as pessoas que você apresenta aos visitantes?
Sandra Sofiati – Sempre agradeço por poder contar com pessoas maravilhosas. A equipe que me assessora é formada por terapeutas, artistas, antropólogos e curadores tradicionais indígenas,que são os guardiães desta tradição.

AnadarcoJá teve experiências xamânicas? Poderia nos contar mais a respeito?
Sandra Sofiati – Já usei as plantas de poder em um determinado momento do caminho, sempre em contextos religiosos  ou acompanhada por um xamã. Foram muito importantes porque me proporcionaram a experiência direta com o mundo espiritual e com a possibilidade de acessar níveis de consciência muito além da consciência racional. Convivi em tempos de moradia no México, com guardiães da tradição espiritual e filosófica do México Antigo e com eles participei de cerimônias e trabalhos de cura. Essa relação com as plantas, sejam medicinais ou de poder, faz parte do dia a dia deles. Todos curam com as mãos e seu conhecimento do poder curativo das plantas é fantástico.

Anadarco – Quais são os maiores aprendizados de Carlos Castañeda? (o autor Daniel Pinchbeck menciona Carlos Castañeda em diversas passagens)
Sandra Sofiati – Bem, ele precisou se desprender da visão mecanicista da vida e admitir que podem existir outras realidades além desta realidade ordinária em que vivemos. Finalmente aprendeu a transitar por esses diferentes níveis de realidade e acabou se convertendo em guerreiro. O que é ser um guerreiro na tradição tolteca? “Fortalecendo o corpo e purificando o espírito, o guerreiro busca a impecabilidade de si mesmo. Seus inimigos são vícios, debilidades, irresponsabilidades e a falta da consciência”.


Por uma ciência da sustentabilidade

Por Karin Thrall

Um dos interessantes resultados que tem aflorado com a exibição do documentário 2012: Tempos de Mudança em salas de cinema de espaços culturais em São Paulo é a percepção do quanto cresce a atenção e o interesse do público com relação a temas voltados para a sustentabilidade. Enquanto se discute a possibilidade de se adotar práticas e hábitos que sejam menos prejudiciais à natureza e à própria vida na Terra, é preciso ressaltar que se contribui também para o desenvolvimento de um pensamento sustentável. Essa é uma questão latente ao filme de Amorim e ao livro de Pinchbeck: a mudança de paradigma que combina as dimensões biológica, cognitiva e social da vida.  O filme de Amorim chega a “cutucar” porque apresenta propostas de sustentabilidade não de forma normativa, ditando o que se pode e o que não pode fazer, mas sim pondo o problema de forma mais abrangente, superando a divisão cartesiana entre mente e matéria.

Essas ideias ressoam o que parte da ciência tem buscado como entendimento de sustentabilidade, ou melhor, como proposta de uma ciência da sustentabilidade, já que a transformação de pensamento pela qual estamos passando não irá conduzir somente a uma mudança política ou uma alteração na organização social. Irá certamente alterar  o entendimento da ideia de vida.

A ciência propõe um novo entendimento sobre a vida

A mudança paradigmática pela qual estamos passando não vem de agora, não surgiu “do nada”. A trajetória do físico Fritjof Capra descreve bem essa evolução do pensamento. Desde os anos 1970, a pesquisa de Capra tem focado em três linhas principais: – num estudo sobre a mudança na visão de mundo que está acontecendo na ciência e na sociedade; – no consequente desdobramento dessa nova visão da realidade; –  e nas implicações sociais dessa transformação cultural.

Em seu primeiro livro, O Tao da Física (1975),  Capra discutiu as consequências filosóficas que estão por trás da mudança de conceitos e ideias na física durante as três primeiras décadas do século XX.

O segundo livro, O Ponto de Mutação (1982) mostrou como essa revolução na física moderna anunciou uma revolução similar em muitas outras ciências – na biologia, na medicina, na psicologia e na economia. Essa mudança levou, primeiramente, a uma transformação correspondente na visão de mundo e nos valores da sociedade. Em segundo lugar, a transformação ressaltou o fato de que essas áreas do conhecimento estão interconectadas porque, de uma forma ou de outra, lidam com a vida – com sistemas vivos,  biológicos ou sociais.  A mudança de paradigma que começou a ser moldada a partir dessa revolução no pensamento científico começou a chegar perto de uma  visão da realidade na qual a vida (em seu sentido amplo) está  no centro.

No início dos anos 1980, essa nova visão ainda não estava bem articulada. Capra chamava essa formulação científica de “visão sistêmica da vida”, referindo-se à tradição intelectual do pensamento sistêmico. Essa ideia, que eventualmente substituiria a visão de mundo mecanicista cartesiana em diferentes disciplinas, foi apresentada em detalhes em A Teia da Vida,  livro de Capra de 1996.

A visão sistêmica da vida é uma nova forma de se pensar a vida


A visão sistêmica da vida é uma nova forma de se pensar a vida, introduzindo novas percepções, novos conceitos e uma nova linguagem. No final do século XX, essa visão foi colocada na linha de frente do desenvolvimento do pensamento científico foi conduzida por pesquisadores de diferentes áreas que criaram um clima intelectual muito propício para esses avanços.

O grande passo foi dado quando esses cientistas formularam teorias e técnicas para descrever e analisar a complexidade dos sistemas vivos. E isso não foi tarefa fácil, porque várias características dos sistemas vivos envolvem fenômenos que os cientistas chamam de “não-lineares”.

Até muito recentemente, recomendava-se evitar as equações não-lineares, porque elas eram quase impossiveis de serem resolvidas. Nos anos 1970, entretanto, os cientistas tiveram acesso, pela primeira vez, a computadores velozes que ajudaram a resolver essas equações. Ao fazerem isso, eles desenvolveram um grande número de novos conceitos e técnicas que gradualmente convergiram em direção a uma estrutura matemática coerente para resolver essas equações não lineares, o que aumentou de forma significativa nossa compreensão sobre muitas características chave da vida.  Isso tem sido frequentemente chamado de “teoria da complexidade” ou “ciência da complexidade” na escrita popular. Cientistas e matemáticos preferem chamar de “dinâmica não-linear”.

A ciência da complexidade se aproxima de uma ciência da sustentabilidade


Essa proposta de entendimento científicos sobre a vida representa um grande divisor de águas na história da ciência. Pela primeira vez, os cientistas têm uma linguagem efetiva para descrever e analisar sistemas complexos como é o caso dos sistemas vivos. Conceitos como atratores, fractais e diagramas de bifurcação não existiam antes do desenvolvimento da dinâmica não-linear. Hoje, esses conceitos permitem que façamos novas perguntas e que conduzam a  importantes insights em muitas áreas.

Um desses insigths importantes é a possibilidade de se conectar a vida com a dimensão social, abordando-se “coisas da natureza” e as “coisas da sociedade” de maneiras  complementares. Isso é um grande avanço e uma abordagem muito rara porque, tradicionalmente, cientistas sociais não se interessam muito pelo mundo da matéria. Nossas disciplinas acadêmicas foram organizadas de tal forma que as ciências naturais lidam com as estruturas materiais, enquanto que as ciências sociais lidam com as estruturas sociais, que são entendidas, essencialmente, como regras de comportamento. A grande novidade é que no futuro, essa divisão rígida não mais será possível, porque o desafio chave deste novo século será construir comunidades ecológicas sustentáveis, criadas de tal forma que  suas tecnologias e instituições – suas estruturas materiais e sociais – não interfiram com a habilidade inerente da natureza em conservar a vida.  Uma estrutura conceitual unificada para entender as estruturais material e social será essencial para esta tarefa e é por isso que uma ciência da complexidade pode ajudar muito na construção de uma ciência da sustentabilidade.

Chegar próximo a uma ciência da sustentabilidade é um dos principais objetivos do livro publicado em 2002,  Conexões Ocultas. Nele, Capra  se propõe a extender o novo entendimento sobre a vida a partir da teoria da complexidade. Para isso, ele apresenta uma estrutura conceitual que integra as dimensões biológica, cognitiva e social da vida. O objetivo é não somente oferecer um visão unificada da vida, da mente e da sociedade, mas também desenvolver uma abordagem sistêmica coerente para algumas das questões críticas de nosso tempo.

Nesse sentido, o que antes poderia parecer impossível de se estudar e compreender de maneira coerente, hoje parece ser mais viável. Do ponto de vista da cultura, obras como as de Amorim e Pinchbeck surgem como importantes desdobramentos e contribuições para a transformação de visão de mundo tão necessária e urgente. Tanto o filme, quanto o livro mostram que os princípios de nossas instituições sociais futuras precisam ser coerentes com os princípios de organização que a natureza desenvolveu para manter a vida. Aliados aos avanços no campo científico, os impactos que obras como essas geram no público nos fazem acreditar na possibilidade de chegar mais perto de uma ciência da sustentabilidade.


Plantando Consciência

Há uma sensação muito boa quando pensamentos inovadores atingem ressonância – quando reverberam e têm, assim, a chance de forjar novas formas de conhecimento.

Ainda de forma bastante subliminar, estamos vivendo um momento em que um  curioso debate sobre o papel da consciência no desenvolvimento das sociedades está  ganhando repercussão. E são várias as áreas do conhecimento que participam dessa discussão,  numa tentativa de ultrapassar a  visão dualista do mundo:  desde a física e a biologia, até as  artes e os movimentos sociais.

Se Daniel Pinchbeck, autor do  livro 2012: o ano da profecia maia é uma das vozes nesse movimento, ele certamente não está sozinho. Ao  “conversar” com  diversos outros pensadores  em seu livro (a bibliografia é de mais de  170 obras), Pinchbeck apresenta um raixo-X de nossa era e inevitavelmente desperta no leitor a curiosidade acerca  de um amplo leque de temas relacionados.  É quase impossível não se interessar pelo trabalho de Terrence MacKenna , Fritjof Capra e Herbert Marcuse,  pelas obras de Allen Ginsberg e deWilliam Blake ou pela mitologia mesoamericana.

A proposta deste blog segue ideia similar, ou seja, introduz não somente assuntos ligados diretamente ao livro de Pinchbeck, como também apresenta outros pensadores que participam da mudança paradigmática que vivemos. Um dos portais que também está na linha de frente na difusão de ideias férteis e questionamentos bem fundamentados nesse momento de transição é o Plantando Consciência (www.plantandoconsciencia.org / www.plantandoconsciencia.wordpress.com) .

Segundo os autores,  o site “se propõe a distribuir um kit básico com os primeiros passos para esta delicada e frutífera tarefa de jardinagem mental. Nós cedemos as sementes, as instruções para o plantio e os nutrientes vitais. Você entra com o terreno fértil e os cuidados diários. E o século XXI deve então, finalmente, florescer”.

Vale a pena acompanhar o trabalho do Plantando Consciência, que recentemente publicou um apanhado sobre  a obra do físico Amit Goswami e promoverá, em outubro, a exibição do documentário 2012: tempos de mudança de João Amorim na Matilha Cultural (www.matilhacultural.com.br).


Os novos filmes independentes

Daniel Pinchbeck comenta em seu blog (www.realitysandwich.com)  sobre a produção e distribuição de novas mídias e produtos culturais, como o documentário 2012 – Tempos de Mudança

Tradução livre de Karin Thrall

Ao longo dos últimos meses, tenho trabalhado numa estratégia de lançamento do documentário 2012 – tempos de mudança com  o diretor João Amorim, o produtor  Giancarlo Canavesio e a equipe da Mangusta Films. Isso tem sido um grande processo de aprendizado, algo que ainda está em andamento. A transformação das mídias que começou com a Web 2.0 há alguns anos  tem continuado e acelerado. Em decorrência disso, as estratégias mais antigas de distribuiçao e marketing de filmes independentes não mais funcionam. O modelo no qual um novo filme independente estreia  em um festival como Sundance ou Toronto, encontra a partir daí uma empresa de distribuição que pega o filme das mãos do diretor e o leva ao sucesso com grandes retornos financeiros tornou-se uma fantasia. Hoje em dia, pouquíssimos filmes fazem acordos como esse, e mesmo quando o fazem,  raramente conseguem pagar os investidores, remunerar os criadores ou causar grande impacto no mainstream.

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2012 – Tempos de Mudança… mas, mudar o quê?

Não é de hoje que as sociedades ocidentais pautam as “grandes” decisões do mundo influenciadas pelo fator econômico. O consumo sempre foi um importante avalizador para medir a capacidade de um país de ser desenvolvido. Contudo, o atual modelo de produção de bens e a consequente geração de lixos estão destruindo os elementos essenciais para a vida  na Terra. Especialistas afirmam categoricamente que estamos à beira de um colapso ambiental sem precedentes, se nada fizermos para reduzirmos os níveis de consumo.

Então, é o fim da era do TER para iniciarmos a era do SER? Será preciso reivindicar todas nossas conquistas industriais e tecnológicas a favor de uma fase mais simplória da humanidade? 2012 – Tempos de Mudança, do cineasta brasileiro João Amorim, que se inspirou na obra 2012 – The Return of Quetzalcoatl (título em português 2012 – o ano da profecia maia, a ser lançado no final deste ano pela Anadarco Editora & Comunicação), de autoria do norte-americano Daniel Pinchbeck,  sugere essas e outras implicações tão atuais ao nosso tempo.

No documentário, somos colocados frente a frente com diversas personalidades que estudam e vivem a sustentabilidade do planeta. E antes que qualquer um pense que viver de forma sustentável seja atraso de vida, 2012 – Tempos de Mudança sugere práticas simples e úteis para alcançarmos um estilo de viver mais responsável com relação ao meio ambiente.

Mas o ponto alto do documentário está em trazer a ideia original do livro de Daniel Pinchbeck sobre a percepção humana com relação à catástrofe da natureza. Para o autor, o ano de 2012 seria o momento em que a psique humana coletiva se daria conta de uma forma mais intensa das mudanças que o planeta pode sofrer, caso não fizermos nada e sugere que grande parte da transformação das sociedades estaria ligada a novas formas de percepção da realidade. O próprio autor, ao longo de sua jornada pessoal,  resgatou o uso de psicodélicos participando de diversos rituais em sociedades indígenas, tribos africanas ao redor do mundo como uma forma de autoconhecimento e conhecimento do mundo e da consciência humana. Polêmico? Não seria o termo correto. O mais apropriado seria inquietante, se levarmos em conta as experiências que o autor teve e os argumentos que ele trabalha.

2012 – Tempos de Mudança, assim como o livro,  é revelador e fará com que o telespectador reflita seus atos. Nos mais engajados com a questão ambiental poderá incitar mudanças de comportamento.


Bate-papo com o cineasta João Amorim

Na pré-estreia do documentário 2012: Tempo de Mudança, o cineasta João Amorim que esteve presente no evento, conversou com o público contando um pouco mais  sobre a produção do documentário e como foi possível a experiência de desenvolver o projeto que é baseado na obra  2012 – O Ano da Profecia Maia do americano Daniel Pinchbeck. A Anadarco Editora & Comunicação lançará o livro  em português no final do ano.

Amorim contou ainda como foi o trabalho conjunto com Pinchbeck nas dezenas de entrevistas que fizeram, inclusive com celebridades como o diretor de cinema David Lynch, a atriz indicada ao Oscar, Ellen Page e o cantor Sting.

Veja um pequeno trecho do bate-papo abaixo.

Novas ações conjuntas entre a estreia do documentário e o lançamento do livro estarão acontecendo e em breve,  o blog “2012 o ano” informará as datas.

Se você ainda não viu, confira o trailer de 2012: Tempo de Mudança.


Pré-estreia de 2012: Tempo de Mudança lota Sala Crisantempo em SP

João Amorim conversou com o público sobre o seu documentário “2012: Tempo de Mudança”

Uma sessão foi pouco para a exibição do documentário 2012: Tempo de Mudança, do cineasta brasileiro João Amorin, que se inspirou na obra de Daniel Pichbeck 2012: O Ano da Profecia Maia (com tradução pela editora Anadarco para o português em dezembro deste ano). Muita gente se interessou pelo título do documentário e quis conferir o trabalho.

A editora Anadarco esteve presente ao evento e aproveitou a oportunidade para divulgar a data de lançamento do livro 2012: O Ano da Profecia Maia para dezembro deste ano. O evento contou com duas sessões lotadas, o que evidencia uma boa notícia: a questão da sustentabilidade do planeta tem movimentado bastante pessoas que mostram interesse em agir diferente em relação ao modo de produção de energia, de alimentos etc.

Em breve, iremos colocar um vídeo com imagens e mais detalhes do evento.

O público lotou as duas sessões na Sala Crisantempo (quinta-feira – 19/08)

A Anadarco Editora & Comunicação esteve presente no evento e anunciou a data oficial para o lançamento do livro 2012: O Ano da Profecia Maia para dezembro


Convite

(Clique na imagem para ver em tamanho real)


Juntando espírito e matéria

No posfácio da edição americana do livro 2012: o ano da profecia maia (título em inglês,2012: the return of Quetalcoátl), o autor  Daniel Pinchbeck comenta que a obra foi alvo de  interpretações bastante equivocadas por parte da imprensa. Jornalistas comentaram que  somente uma “elite psicodélica atingiria um nível de consciência supramental e assim seria salva no fim dos tempos”.

De fato, nada poderia estar tão longe das ideias do autor.

Não é surpresa que Pinchbeck tenha sido criticado por escrever sobre sua experiência com substâncias alucinógenas. O tema abre margem suficiente não somente para críticas, mas também para uma série de interpreteções errôneas.

A forma que Pinchbeck encontrou para escrever sobre o “fenômeno” 2012 está baseada, primeiramente, em uma busca pessoal. Ao longo de sua jornada,  Pinchbeck foi mergulhando com profundo anseio no terreno xamânico.  Evidentemente, ele não sugere que todos entrem em “viagens” para encontrarem algum sentido em suas vidas…  Seu trabalho vai além das “viagens”: ao longo dos anos, Pinchbeck passou a compilar e reconciliar esforços díspares que tratam do assunto, já que desde a década de 1960, os estudos sobre psicodélicos e suas implicações filosóficas foram convenientemente abandonados.

O estudo de Pinchbeck o levou aos desertos do Novo México e às florestas tropicais da África e das Américas, aprofundando uma jornada rumo a si mesmo e ao seu papel no universo. O fez perceber que nosso paradigma materialista rejeita rudemente os fenômenos como telepatia, telecinese e clarividência, insistindo que a consciência é apenas um epifenômeno do cérebro.

Ao longo de sua trajetória, Pinchbeck foi sentindo como que se a antiga divindade mesoamericana Quetzalcoátl, guiasse seus passos com suavidade e mistério (daí o título na publicação norte-americana). Quetzalcoátl é um símbolo que unifica opostos subjetivos – céu e terra, espírito e matéria, luz e escuridão, ciência e mito. Ele é o deus do vento e da estrela da manhã, distribuidor da cultura, com afinidade especial para a astronomia, para a escrita e para o planeta Vênus.

As mensagens de seu livro, portanto,  não se restringem a um pequeno círculo de excêntricos. Mas elas, no mínimo, cutucam e geram desconforto porque não encaram os fenômenos psíquicos como fantasias insignificantes. “A possibilidade de estabelecer uma compreensão radicalmente diferente da natureza da psique, defendendo crenças antigas, ameaça as mais profundas bases de uma cultura obcecada pela aquisição de riquezas, bens e posição social. Se descobríssemos outros que outros aspectos da realidade  merecem nossa atenção, teríamos que reexaminar o propósito principal de nossa civilização atual,”escreve o autor.